Não faltaram problemas no primeiro semestre deste ano - inflação e juros altos, desequilíbrio na produção de vários produtos, guerra e um repique na pandemia -, que acabaram afetando o mercado de publicidade. O segundo está só começando, mas promete um cenário de mais negócios para publicitários e anunciantes, com crescimento de 9% no Brasil. Nunca antes tantos eventos importantes mundiais e nacionais se juntaram ao mesmo tempo.
Mesmo ainda sem alcançar os valores de 2019, a agência Dentsu, em seu estudo Adspend, prevê que neste ano haverá crescimento de 8,7% em gastos de publicidade no mundo, com os maiores percentuais na Índia (16%), nos Estados Unidos (12,8%), e no Brasil (9%).
“Não é que as dificuldades acabaram”, diz Silvia Visani, chefe de dados da Dentsu no Brasil. “O percentuais de crescimento muitas vezes são sobre bases ainda baixas”. Países que sofreram mais com a epidemia, como Índia e Brasil apresentam agora números mais vistosos. Para Visani, ainda vai demorar para o mercado voltar aos patamares de 2018 e 2019.
A fatia da publicidade em mídias digitais, onde os preços cobrados costumam ser menores do que nas mídias tradicionais, deve chegar a 55,5% neste ano.
O estudo semestral da Dentsu recolhe dados de 58 países. O valor total dos investimentos neste ano deve atingir U$ 738 bilhões para subir em 2023 para US$ 778 bilhões.
O fator que deve puxar o crescimento é o setor de tecnologia (aumento de 11,3%), que se beneficia da crescente dependência das pessoas a dispositivos digitais. Mas o varejo não fica muito atrás, com crescimento de gastos aumentando 11%, por causa do comércio eletrônico.
Diferentemente de outros países, o canal digital, embora crescente, ainda não é o principal propulsor dos gastos em publicidade no Brasil. “A TV aqui tem mais força”, lembra a especialista de dados. A TV ficou com cerca de 50% de todo o bolo publicitário no primeiro trimestre de 2022, ou U$ 338 milhões em U$ 673 milhões, segundo o Cenp-Meios, entidentidade que reúne agências de publicidade, anunciantes e veículos de mídia.
Fonte da matéria:https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/07/15/publicidade-deve-crescer-9-neste-ano.ghtml
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